IRRESPONSABILIDADE: primeiro dia da Festa do Camarão acontece sem autorização das autoridades.

 


Falta de organização gera chuva de reclamações e multa diária de R$ 9.156,85 

Uma das piores edições da história no quesito organização. Assim tem sido definida pela população a edição 2022/2023 do Festival Nacional do Camarão, que aconteceu na cidade de Imbituba na última semana.

Várias manifestações de desagrado em relação às filas, valores de ingressos e a inoperância da área gastronômica foram registradas nas redes sociais, que citaram os perfis oficiais do evento e da Prefeitura de Imbituba. Claramente, quem visitou a festa não se sentiu confortável com o "enxugamento" da estrutura que, pela primeira vez, colocou no mesmo espaço a área gastronômica, o palco para as apresentações culturais e os estandes, dando a clara sensação de espaço reduzido e um desconforto aos visitantes que precisavam se acotovelar para se deslocar de um lado para o outro.

Ainda de negativo, o termo "festival do camarão" não deveria ser usado para definir os pratos disponíveis do fruto do mar mais tradicional da cidade, que é inclusive conhecido nacionalmente. A pouca variedade de opções a base de camarão foi motivo de crítica principalmente pelos turistas, que viajaram de outras cidades para provar a iguaria porém voltaram para suas casas de forma bastante frustrada.

Outra situação que recebeu muitas críticas de quem comprou ingresso para os shows foi o fato dos setores chamados "área vip" e "camarote" ficarem em frente ao palco. Com isso, as pessoas que adquiriram os ingressos para o setor chamado "pista", ficaram a uma grande distância do palco, dificultando acompanhar os artistas e também o acesso à estrutura básica da festa, como os banheiros e o bar.

Na sequência, as equipes de jornalismo da Rádio 89,3 FM, do RSC Portal e do Jornal Impresso Catarinense, tiveram acesso a informações exclusivas e impactantes a respeito do descaso com a segurança estrutural da festa.

Segundo o que foi apurado, no dia da abertura oficial do evento, ou seja, na quinta-feira, 19/01, os portões do pavilhão foram abertos sem a devida autorização do Corpo de Bombeiros de Imbituba.

A não autorização para o início da festa foi ignorada pela organização do evento bem como pelo Prefeito Municipal e sua equipe, o que produziu inclusive uma multa de R$ 9.156,85 (nove mil, cento e cinquenta e seis reais com oitenta e cinco centavos). A multa foi gerada porque a prefeitura realizou o evento no espaço gastronômico sem o devido alvará de funcionamento.

Na sexta-feira, 20/01, o Corpo de Bombeiros retornou ao local para averiguar se as exigências anteriormente assinaladas haviam sido sanadas e, para surpresa das autoridades competentes, ainda faltavam ítens a serem resolvidos tais como a largura da escada de acesso aos camarotes que não estava de forma adequada e ainda, a retirada do "parque de diversões" que não estava previsto no projeto inicial.

Com todos estes apontamentos, os bombeiros não permitiram a abertura dos portões, o que atrasou em cerca de 2 horas e 27 minutos a programação e, consequentemente, fez os visitantes da festa esperarem na fila, do lado de fora. Foram observados crianças e idosos aguardando e, sem poderem usar da prerrogativa constitucional da prioridade, precisaram ficar de forma angustiada aguardando os organizadores e a prefeitura sanarem os inúmeros problemas.

Segundo o que informou a nossa equipe de jornalismo o capitão BM Machado, do Corpo de Bombeiros de Imbituba, o bloqueio do acesso foi feito porque havia pendências nos sistemas preventivos, o que poderia colocar em risco a vida das pessoas que estavam no parque de eventos.

Em nota, a X9 Produções, empresa contratada pela Prefeitura para organizar a festa,  classificou como "normal" o atraso do acesso das pessoas. Sobre as reclamações em relação à inoperância dos bares e restaurantes, informou que o número de pessoas contratadas não foi suficiente e que estavam habilitados a fornecer refeições apenas 4 restaurantes, o que causa estranheza uma vez que o nome do evento é "festival do camarão".

Como desdobramento do caso, foi solicitado pelo vereador Matheus Pereira, hoje no PSDB, os documentos referentes aos alvarás e os documentos que autorizaram a realização da festa. Em caso de comprovação da situação, a mesma pode ser caracterizada como improbidade administrativa, o que pode gerar um processo administrativo e até o afastamento/cassação de membros do alto escalão do governo, inclusive do prefeito.

A redação da Rádio 89,3 FM continuará acompanhando o caso e atualizando os próximos passos.

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